A série "Nem antes, nem depois" parte de uma experimentação com folhas de papel vegetal que são queimadas por chamas de vela. Procura-se encontrar o tempo preciso da queima para se obter uma visualidade com as pequenas deformações deixadas sobre a superfície do papel. Nesta rota onde o acaso dita as regras, surgem outras tentativas do controle do processo, muitas vezes tirando proveito da queima completa de partes da superfície ou em outras, usando a transparência das folhas para sobrepô-las e assim expandir o percurso para o território das composições. A poética busca, nessas relações entre o material e o gesto, trazer reflexões sobre o tempo e as ações transformadoras que poderiam caber nele, antes que se dissipe.