A volatilidade do tempo tornou-se a marca da contemporaneidade. Tudo parece se desfazer a todo momento numa velocidade quase incontrolável. E com isso, conceitos, percepções e valores também se desmancham,
 propondo novas formas de observar e sentir. O início desta pesquisa foi marcado por sensações desta natureza, buscando maneiras de expressar essa volatilidade em desenhos e pinturas com formas abstratas que se deslocavam para estados de suspensão e leveza.  Num estudo mais recente, o tema da volatilidade ganhou outra direção. Percebeu-se que tudo parece conter também um certo estado de latência com enorme potencial de transição para novas leituras e significados a partir de uma outra latência: a da memória pessoal. Assim, uma simples pedra de gelo, a transição da luz ou até mesmo um fóssil de peixe encontrado à margem de um rio tornaram-se gatilhos para uma produção visual que passou a conectar a volatilidade não apenas às formas, mas ao tempo, ao gesto e à memória.